• Com informações do G1 SP.
Apesar de ônibus e caminhões movidos a diesel serem apenas 5% do total de veículos que circulam em São Paulo, eles são responsáveis pela emissão de 47% da fuligem causada pelo trânsito – bem como de outras substâncias igualmente prejudiciais à saúde.
A conclusão é de um estudo da USP publicado na revista científica “Nature”, uma das mais famosas do segmento.
“É muito difícil quando você tem o trânsito da cidade, as emissões, dos ônibus, caminhões e dos automóveis ocorrendo todos ao mesmo tempo e em geral em lugares semelhantes”, diz Paulo Artaxo, pesquisador do Instituto de Física da USP e um dos responsáveis pelo trabalho.
“A novidade desse estudo, que justificou a sua publicação na ‘Nature’ é que nós desenvolvemos técnicas usando etanol como traçador para conseguirmos separar as emissões de veículos leves para veículos pesados e quantificar o impacto dos ônibus e caminhões na qualidade do ar da cidade de são paulo. isso nunca havia sido feito anteriormente”, afirma o cientista.
Além da fuligem, “nós identificamos que compostos cancerígenos como benzeno, tolueno e o ‘black carbon’ são emitidos em mais de 50% pelos ônibus a diesel”, diz Artaxo.
Segundo os pesquisadores, com a redução dos poluentes emitidos por ônibus e caminhões, o nível total de poluição na Grande São Paulo pode cair de 35% a 40%. Essa redução pode ter impacto direto no número de habitantes da região com problemas respiratórios.
Para Artaxo, a solução mais barata seria colocar filtros nos escapamentos dos veículos a diesel que circulam na cidade. “[A solução] é fazer o retrofit, que é adaptar filtros nos canos de descargas desses ônibus pra que suas emissões sejam fortemente reduzidas”, afirma.