• Com informações do site O Vigilante MS.
O estudante Bruno Badaró, de 18 anos, ficou preso nas ferragens da catraca de um ônibus no Rio de Janeiro. Ele esperou cerca de uma hora até ser atendido pelos Bombeiros. Ao compartilhar o caso nas redes sociais, foi alvo de comentários preconceituosos.
Badaró passou pela mesma situação que Rosimeire Bastos, de 42 anos, que, além de também ter ficado presa na catraca de um ônibus em Mauá, na Grande São Paulo, teve sua foto divulgada na internet.
“Ontem, por volta das 17h, estava saindo do meu colégio, indo da Penha para Olaria (zona norte do Rio), bem no ponto que eu subi a catraca travou”, afirmou o jovem à reportagem do site R7. Ele ainda disse que o motorista do ônibus ligou para a empresa pedindo para romper o lacre, mas a gerência não teria autorizado.
Segundo o estudante, na hora do acidente havia bastante gente no veículo. “Minha perna ficou presa e estava machucando. Uma mulher me ajudou a atender o celular e outra me ofereceu água porque eu estava suando.”
Ao contrário da gentileza oferecida pelos outros passageiros, ao compartilhar sua história nas redes sociais, Badaró foi alvo de preconceito e hostilidade nos comentários.
A publicação feita pela namorada na noite desta quinta-feira (14) recebeu diversos comentários e compartilhamentos, a maioria deles depreciativos.”Toma vergonha na cara e emagrece, gordão”, escreveu um usuário. “Estou pasma com a maldade das pessoas”, defendeu outra.
“As pessoas se escondem atrás de perfis anônimos. Os comentários preconceituosos precisam acabar. Eu estou acimo do peso, mas ainda sou uma pessoa e tenho direitos”, lamentou o jovem.
Para a jornalista e ativista pró-diversidade de corpos Flávia Durante, episódios como o de Bruno e Rosimeire são revoltantes. “Não considero ser gordo ser doente. Mas ainda que fosse, a obesidade talvez seja a única doença na qual o “doente” é considerado culpado e sofre um ódio descomunal por isso.”
Flávia ainda afirma que falta acessibilidade para as pessoas com sobrepeso no país. “Não basta odiar o gordo, a sociedade ainda quer impedi-lo de ter acessibilidade, de trabalhar, de se vestir, de conviver, enfim, quer tolher o seu direito de ir e vir e de existir. Mais fácil apontar o dedo e exigir que o gordo emagreça, como se fosse uma questão fácil ou a vontade de todos, do que lutar por acessibilidade universal, acesso de qualidade a saúde e respeitar os direitos de todos os cidadãos”, finaliza.