O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu inquérito para investigar os problemas na devolução de troco durante o pagamento de tarifas do transporte público carioca. A denúncia foi feita por uma passageira do sistema de ônibus e o caso pode ir parar na polícia.
A partir da denúncia de uma passageira de que uma linha do Consórcio Internorte não dava os R$ 0,05 de troco, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) abriu um inquérito para verificar se essa era uma prática recorrente em todas as linhas do Rio.
Quando falta troco, os consumidores podem fazer valer os direitos. “Tem que exigir o cumprimento da lei. Pode até não ter troco, mas a lei dá a solução para esse caso, que é o arredondamento para baixo”, explicou Rodrigo Terra, promotor de Direito do Consumidor.
Outros passageiros também reclamam do problema. Os ônibus custam R$ 3,95 e os passageiros reclamam da falta de troco. “Quando é no dinheiro sai a R$ 4”, destacou.
O Consórcio Internorte, alvo do inquérito aberto pelo Ministério Público do RJ, informou que está se empenhando para garantir o abastecimento de moedas e fornecer o troco em toda a sua frota, trabalhando também com a Casa da Moeda e o Banco Central.
Problema também nos trens
Um em cada quatro brasileiros não costuma usar as moedas que recebe. Segundo cálculo do Banco Central, são mais de 9 bilhões de moedas deixadas de lado, o que corresponde a quase R$ 1,5 bilhão. Uma das consequências é a falta de troco no comércio e nos transportes.
A SuperVia, concessionária que opera o sistema de trens do Rio, faz uma promoção para conseguir troco: quem paga só com moedas ganha desconto na passagem. De R$ 4,20, ela sai por R$ 4. E mesmo com o desconto, o guichê especial para a troca fica mais vazio do que os outros, usados por quem paga com notas.
Com a promoção, a SuperVia consegue 10% das moedas que precisa no mês. A outra parte, busca com bancos e com lojas. Algumas chegam a cobrar taxa para ceder moedas.
“Por vezes, o comércio cobra um ágio pelo fornecimento dessa moeda. A gente acaba tento outro prejuízo porque tem que pagar mais para ter a mesma quantidade ou o mesmo valor de moeda para poder fornecer para as bilheterias”, destacou Daniel Azevedo, gerente financeiro da SuperVia. Com informações do G1.