Um dia depois de o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra/BH), Joel Paschoalin, sinalizar que os empresários podem continuar abrindo mão da presença de cobradores nos ônibus da cidade nos horários obrigatórios, o prefeito Alexandre Kalil voltou a dizer que sem o retorno dos cobradores para os coletivos não haverá aumento de passagem em 2019 na capital mineira.
Kalil disse que o assunto deve ser conversado e está aberto ao diálogo, mas frisou que se os empresários não cumprirem a lei eles podem contar que não haverá aumento. “Eu já disse, se não tiver trocador não tem aumento. Se tiver a gente cumpre o contrato. Existe um contrato, oprefeito não dá aumento para ninguém. Isso não é prerrogativa do prefeito. É um contrato que foi feito há anos e anos atrás. Se descumpre o contrato de um lado, o prefeito se julga no direito de descumprir o contrato do outro”, disse Kalil durante visita ao campo do cigano, no Bairro Lagoa, na Região de Venda Nova, que foi revitalizado ao custo de R$ 410 mil.
“Nós temos que chegar em um termo. O serviço de transporte tem melhorado, os ônibus tem melhorado como eu prometi. Não se emplaca mais ônibus em Belo Horizonte sem ar condicionado e sem suspensão a ar, então nós vamos conversar. Vamos conversar na hora que eles quiserem conversar. Se eles não quiserem conversar também eles ficam sem trocador e ficam sem aumento”, completou o prefeito.
A fala do mandatário do executivo municipal vem em um contexto de sinalização que as empresas não devem retornar com os cobradores para os horários entre 6h e 20h30, momento em que têm sido frequentes os flagrantes da ausência do chamado agente de bordo. Essa situação já gerou 5.098 multas aplicadas pela BHTrans entre janeiro e junho deste ano, mas as autuações estão indo para a dívida ativa da capital por falta de pagamento.
Ontem, durante lançamento de um aplicativo gerenciado pelo consórcio das empresas de ônibus, Joel Paschoalin comparou a figura dos cobradores com o cargo de ascensorista, que tem sido cada vez mais raro, e disse que é necessário investir em tecnologia para evoluir o sistema e avançar, retirando o dinheiro de dentro dos coletivos.
Paschoalin também disse que o sindicato das empresas discorda das autuações aplicadas pela BHTrans por entender que existem mais linhas além das 25 troncais do Move que também são consideradas do sistema e por isso poderiam rodar em qualquer horário sem cobradores, além de questionar o horário da obrigatoriedade dos agentes de bordo. Para as empresas, a liberação deveria ocorrer a partir das 18h e não das 20h30, por entenderem que nesse período ocorre o maior percentual de uso do cartão BHBUS nas viagens.
Outra questão levantada pelo presidente do Setra é a necessidade de criar mais faixas exclusivas para ônibus na cidade, principalmente na Avenida Amazonas, onde a velocidade média dos coletivos no horário de pico é muito baixa. Segundo Joel Paschoalin, esse é o principal problema que impacta na eficiência do sistema e gera reclamações dos usuários. Kalil respondeu dizendo que a prefeitura está estudando o assunto.
As informações são do jornal Estado de Minas.