Ônibus que circulam por Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, estão fazendo promoção no valor da passagem. O valor da tarifa municipal é R$ 4,05, mas para o valor pago em dinheiro a cobrança é de R$ 2,90. A prática é considerada ilegal pela Secretaria Municipal de Transportes.
Imagens feitas pelo RJ1 mostram o fiscal anunciando e o valor promocional fixado na janela ônibus. “É R$ 2,90; é promoção”, anunciava.
Alguns passageiros ficaram revoltados com a situação. “Acho que se é R$ 4,05 tem que ser R$ 4,05 pra todos. O que adianta ser R$ 2,90 e R$ 4,05 para quem paga em cartão?”, questionou a manicure Priscila Rocha.
O fiscal Ronaldo Alves diz que a prática é ordem do dono da empresa, para competir com as vans, que cobram mais barato que os ônibus. “Ela passa assim… que o patrão conversou com a prefeitura, entendeu, conversou com a prefeitura, tá calçado, e o valor da passagem vai ser esse ai, 2,90”, afirmou Ronaldo.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) afirmou que vai cobrar uma explicação sobre a diferença do valor cobrado.
“Se nós temos um valor tão gritante, a diferença entre o valor pago através do cartão e o valor pago através do dinheiro, como é que se está controlando esse valor? por que esse desconto tão grande? como fiscalizar esse desconto? pra onde tá indo esse dinheiro?”, questionou.
A linha 821 (Campo Grande-Corcundinha), além de campeã de reclamações no 1746 da Prefeitura, é uma das linhas que contava com a promoção. Passageiros estavam revoltados com os problemas, como falta de ar condicionado, a falta de janelas e a péssima limpeza dos veículos.
“Você paga pra andar no conforto no lixo, praticamente é um lixo”, afirmou um passageiro. “O preço da passagem vai só aumentando e as condições para os passageiros são péssimas”.
“Tudo empoeirado, a condição dos ônibus está precária. Fora que não tem cadeira, não tem espuma. Você entra no ônibus, procura cadeira com espuma e a metade não tem”, reclamou outro.
Respostas
O consórcio Santa Cruz disse que vai notificar a empresa responsável por essas linhas para que elas esclareçam esse valor da tarifa, e disse que a cobrança inferior a R$ 4,05 é uma “decisão individual da empresa” e pode ser considerada como uma “tentativa de sobreviver à concorrência das vans clandestinas que atuam principalmente na Zona Oeste do Rio.”
A Secretaria Municipal de Transportes disse que a empresa que cobra tarifa abaixo do determinado e sem autorização deve ser multada, e que já aplicou cerca de trinta multas aos consórcios por esse motivo. A secretaria também disse que fiscaliza os consórcios para verificar as condições da frota e a frequência das linhas.
As informações são do G1.